terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Já faz um ano.



Esta postagem é uma homenagem aos herois togoleses que estavam naquele ônibus no fatídico dia 08/01/2010.
Provavelmente não terei como usar o computador no dia em que se completará um ano da maior tragédia do futebol mundial da última década, e como não quero prestar uma homenagem tardia, estou postando-a com 4 dias de antecipação.
Aquele atentado pode ter muitos culpados, sejam os terroristas da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, sejam os organizadores do evento, ao agendar um evento de grande porte em uma zona de conflitos separatistas, sejam os interesses por petróleo ou a ganância humana, ou até mesmo a teimosia de não cumprir algumas regras impostas pela segurança.
Mas o que é certo é que depois daquele dia o futebol de Togo jamais será o mesmo.
Adebayor anunciou sua precoce aposentadoria, e queira ou não, ele era praticamente o time inteiro em algumas partidas ( e não eram poucas). Boa parte dos jogadores se abalou psicologicamente após o incidente. Nunca passei por situações parecidas, mas creio que não deve ser nada agradável.
Togo não disputou aquele torneio com que se classificou com tanta penura no grupo da morte, com Camarões, a surpresa Gabão e Marrocos.
Não enfrentamos as seleções consideradas favoritas de Gana e Costa do Marfim, nem a Burkina Faso do artilheiro Dagano.
Naquele dia nada importava. eu não estava contando os dias para o início do torneio, eu estava contando os dias para o primeiro jogo de Togo.
Mas as frases que eu vinha colocando com tanto gosto e felicidade em minhas redes sociais, desde muitos dias antes, parou no "faltam 3 dias" e transformou-se em um terrível "[LUTO]".
Amelete Abalo, o assistente técnico.
Stanislas Ocloo, o assessor de imprensa.
Ambos morreram, mas não em vão...
Morreram tentando fazer o melhor por seu país, e tiveram sua missão interrompida.
Kodjovi Dodji Obilalé teve sua carreira arruinada.
E aquele pênalti no jogo contra Camarões... chute, defesa, rebote, chute, defesa, rebote e gol. Quem naquele momento pensaria que seria o último gol de pênalti que sofreria pela sua seleção?
Não foram apenas Obilalé, Akakpo, o técnico Velud, Wake Nibombé, Kodjo Lano, Amevor e Wadja que se feriram.
Todos naquele time saíram feridos.
E o futebol togolês também.